quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

Pesquisadores descobrem fóssil de réptil mais antigo do Estado do Rio

Pesquisadores do CPRM (Serviço Geológico do Brasil) e da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) anunciaram nesta quarta-feira (15) a descoberta do réptil fóssil mais antigo do Estado do Rio de Janeiro.
O fóssil foi localizado em um depósito de calcário situado em São José, município de Itaboraí, na região metropolitana do Rio e se encontra em ótimo estado de preservação. Está exposto no Museu de Ciências da Terra, na Urca, zona sul do Rio de Janeiro. 
A nova espécie, que ganhou o apelido de "crocodilo guerreiro do Rio" --Sahitisuchus fluminensis--, foi encontrada há mais de 70 anos, porém somente agora foi possível descrevê-la. Os pesquisadores estimam que o animal tenha sido extinto há 56 milhões de anos.
O crocodilo guerreiro do Rio seria um "parente distante dos jacarés" com características distintas como o focinho mais alto e o formato do crânio, tornando assim uma espécie única no Brasil e no mundo.
  • Júlio César Guimarães/UOL
    O nome Sahitisuchus fluminensis significa, em latim, "crocodilo guerreiro do Rio", foi escolhido pelo paleontólogo do Museu Nacional Alexander Kellner. Segundo ele, a escolha se deu há cerca de 8 anos, depois de uma sugestão de uma amiga que pesquisava a cultura indígena xavante
O Sahitisuchus fluminensis representa uma linhagem que sobreviveu ao fim da Era dos Dinossauros, há 65 milhões de anos. "Isso é o que torna essa descoberta tão especial. Ele teve o seu reinado na época dos dinossauros e sobreviveu ao processo de extinção. A partir disso, poderemos avançar no sentido de entender as demais espécies sobreviventes", explicou o paleontólogo do Museu Nacional Alexander Kellner.
Em vida, o animal  tinha aproximadamente dois metros de comprimento, e seu crânio foi considerado "moderadamente alto", com pelo menos 16 dentes na arcada superior. "Ele era um animal carnívoro, predador e muito oportunista. Se considerarmos que os últimos dentes não são muito afiados, observamos que ele tinha um perfil de alimentação variado, e se alimentava tanto das presas quanto de restos de animais mortos", declarou Pinheiro.
A pesquisa para descrever o Sahitisuchus fluminensis durou mais de dois anos, sendo um ano de preparação, seis meses de pesquisa e oito meses para publicação do artigo científico na revista Plos One. Segundo Kellner, os trabalhos custaram cerca de R$ 8 mil.